Requiescat in pace "Homem do Adeus"
Já muito byte e muita tinta correu sobre a mais recente perda da cidade da Lisboa. Pouco me resta a acrescentar ao que já foi dito sobre o Homem que Dizia Adeus (João Serra para quem falava com ele).
Nunca tive a felicidade de passar de carro para ter direito a um adeus, mas vi-o várias vezes a caminho de casa. Tão singela figura não passava despercebida na cidade. Fazia parte dela. Era um pouco da sua identidade.
O gesto singelo que oferecia a cada um dos automobilistas marcava-os, mudava alguma coisa. Que coisa é, pouco importa.
A verdade é que ele próprio, o homem do adeus, foi em tempos marcado por outra pessoa. Era ele quem o dizia:
"Não sei como tudo começou. Um dia estava na rua e acenaram-me. E eu acenei de volta"
Foi assim. Pronto...mais nada.
Esta é a fórmula da eternidade: Nós somos mais do que o nosso corpo encerra, somos também aquilo que fazemos os outros serem.
Esta é para ti João Serra. Como tu dirias "Até sempre"