Saber democratizado
Num dia tão importante como o de hoje (Para os mais distraídos: 25 de Abril - dia da Liberdade) e perante a conjectura sócio-económica do nosso país (para os ainda mais distraídos: a vinda do FMI) não podia deixar de dar a conhecer projectos democratizadores do acesso a saber.
Como assim democratizadar?
Hoje em dia vivemos num Mundo que caminha para gratuitização da informação. Pretende-se, espero eu, que, independentemente do estrato social, todos possam usufruir de um nível equiparável de informação e cultura.
Quanto mais cultura fôr consumida, mais cultura se gera. A internet só veio acelarar o processo.
E representantes desse processo venho aqui apresentar alguns exemplos de que cada vez mais temos poder para saber mais e, sabendo mais, decidir melhor.
Quem não conhece a wikipédia (do haviano wiki-wiki = "rápido", "veloz", "célere") ?
Uma enciclopédia, disponível em 272 idiomas, que todos podemos aceder gratuitamente e todos podemos editar tornando-se hoje em dia um dos maiores acervos de conhecimento existentes.
Quem quiser conhecimento mais específico ainda não pode deixar de recorrer ao site da Khan Academy.
http://www.khanacademy.org/#browse
Nesta universidade os professores optaram por revolucionar o modelo de ensino que se pratica na maior parte das universidades do Mundo. Na Kahn não existem aulas teóricas em que um professor debita matéria! Os alunos, no conforto do seu lar, vêm vídeos feitos pelos professores que cobrem a matéria leccionada. Há a clara vantagem de se poder fazer pausa, rewind, fastfoward e ouvir quantas vezes se quiser sem haver o constrangimento de parecer mais lento que o resto da turma.
As aulas em si, são todas práticas, em que o professor ajuda a turma a aplicar o conhecimento leccionado.
Quando se trata de ouvir boas ideias ditas por pessoas que realmente percebem do assunto (das quais eu me excluo) existe um site onde se reúnem vídeos das melhores palestas da actualidade.
As conferências TED (Technology Entertainment e Design) começaram por ser um evento privativo de 1984 onde se pretendia trazer a um público mais vasto ideias que valiam a pena espalhar (sendo este o mote das conferências). Hoje em dia, os eventos ao vivo continuam a ser destinados a um selecto grupo que pode pagar para ver, mas disponível gratuitamente na internet.
Quando o assunto é arte, não há muito por onde fugir. Pensa-se logo no Louvre, Prado, British Museum...Mas e se pudéssemos apreciar grandes obras clássicas (pinturas até agora) com elevado grau de detalhe sem sairmos da sala? A Google tornou isso possível através do seu projecto de arte onde podemos simular uma visita a alguns dos melhores museus existentes e ver as pinturas até a um nível de pormenor que nem ao vivo é possível.
http://www.googleartproject.com/
Há ainda bibliotecas virtuais com mais livros do que alguma vez poderemos ler. No Projecto Guttenberg (assim chamado em honra do editor da 1ª bíblia impressa com recurso a caracteres amovíveis, que veio a massificar a impressão de livros) dezenas de milhares de livro foram digitalizados por milhares voluntários e disponibilizador para download gratuito.
Não esquecer ainda que estão disponíveis no Youtube filmes completos dos mais variados géneros que podemos ver sem "sacar" ilegalmente da internet. Desde os clássicos, aos série B, passado pelos de terror e ficção científica. É só preparar as pipocas!
Não há desculpas! A internet (que em si custa dinheiro) abre uma porta de oportunidades culturais que só temos é de aproveitar. Não está longe o meu sentimento da angústida de Almada Negreiros:
"Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria."